Monday, July 26, 2010

RAÍZES DO PRECONCEITO, ORGULHO, EGOÍSMO E CRUELDADE

Até aproximadamente dois anos de idade, a criança não sabe falar a palavra meu. Ela costuma referir-se a algo que lhe pertence, como da fulana, como se fosse outra pessoa. Nesta fase, não costuma dividir suas coisas. Ainda não formou a estrutura do ego ou eu, símbolo da haste vertical da cruz, e poderá não formá-la de maneira alguma.
Com o desenvolvimento, entende, quando ensinada, que há uma permuta entre as pessoas, então começa a dividir brinquedos e comidas com os colegas. É assim que forma a segunda estrutura: você, símbolo da haste horizontal. Dependendo da criação e do meio em que vive, pode não desenvolve-la, e ainda crescer com aversão ao diferente.
Portanto temos três opções caracterizando os tipos humanos: 1 - O que formou ego, mas não nós. 2 - aquele que não formou ego e nós. 3 - E aqueles poucos que formaram eu e nós.
Dos dois primeiros tipos é que vamos ter as raízes do preconceito, orgulho, egoísmo e crueldade. Para o primeiro, ele é o centro. Caprichosos, acham que tudo tem que girar em sua volta. Não aceitam ser contrariados, e como falam os psicólogos "têm baixa tolerância à frustração", reagindo com violência. Estimulados desde cedo pelos pais no orgulho, na criação sem limites, sem carinho, e de exemplos de solidariedade, contra eles se voltam, formando o cortejo de filhos ingratos e violentos . É assim que se diz que "os pais experimentam do próprio veneno". Se um filho é criado ouvindo citações a nordestinos como "paraíbas" ou "bahianos" caracterizando "seres inferiores", muito dificilmente pensará diferente, e com eles será cruel, preconceituoso ou indiferente.
O segundo tipo não formou eu e nós. Popularmente conhecido como " maria vai com as outras". Geralmente, são filhos de pais fúteis, que vivem preocupados apenas com a moda. Não usam o que querem, não escutam a música que gostam, não fazem o que gostam, cultivam apenas aquilo que pode gerar apreciação positiva de terceiros. Sem estrutura de eu, são extremamente frágeis, aderindo às drogas e suicidando ou usando de violência com muita facilidade.
Finalmente, no terceiro tipo, vamos ter as pessoas de bem do planeta, ainda em minoria, mas espera-se que aumentem muito neste final de século.
Quem se torna pais deve procurar se melhorar constantemente. Deve ter gosto na companhia dos filhos. Acompanhá-los, dialogar sempre, mostrando que viemos à terra em missão, e que ela depende do quanto nos desenvolvermos em bondade e sabedoria, e informando-lhes que Deus estabeleceu uma programação de vida para cada um de nós. NINGUÉM NASCE POR ACASO. NASCE-SE POR UMA CAUSA.


José Matos - Professor e Conferencista - Brasília - DF - BRASIL - 24.07.2010

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